domingo, 18 de janeiro de 2015

Aquela Londres, velha amiga

Agora, depois de ter voltado e colocado tudo no seu devido lugar posso me sentar e colocar no papel as sensações dessa viagem que foi extremamente terapêutica e inspiradora.

2008 e 2015

Fui pra Londres pela primeira vez aos 17 anos, em 2008. Foi a minha primeira vez aos 17 anos, em 2008. Foi a minha primeira viagem internacional, com minha melhor amiga. Toda a minha infância foi povoada por aquela cultura, e ver as coisas ao vivo mudou muita coisa em mim. Como em qualquer viagem, mas essa veio em um momento crucial. Antes do meu último ano de colégio, antes de ter que decidir o que fazer da vida (o que, vamos ser sinceros, ainda não aconteceu). Essa época meio turbulenta e cheia de crises existenciais. E Londres me fez escolher o inglês como a língua que eu ia estudar, e a cultura que (não) escolhi gostar. Voltar para Londres alguns meses depois da minha formatura teve muito significado. Seis anos se passaram. O que mudou? Quem é a Lúcia de 6 anos atrás? Quem é a Lúcia de agora? Quem é a Londres de 6 anos atrás? Quem é a Londres de agora?
Voltei com muitas diferenças e semelhanças. Fui com outra melhor amiga. Não tinha aulas, ou responsabilidades. Não tinha a necessidade de ver alguma atração turística. Vivi um pouco ali também. Não foi necessariamente uma vida melhor da de 2008, nem pior, só diferente. Vi musicais que me marcaram muito, vivi um pouco da vida prazerosa que no dia a dia a gente esquece de ter. Acho que isso se chama férias, né? Mas para mim foi mais forte que isso. Depois de um natal legal, diferente, mas com algumas decepções, depois de uma série de rejeições e a certeza de que eu voltaria e teria que entrar de novo nessa situação de mandar mil emails sem nenhuma resposta positiva e não saber o que vai ser de mim no mês que vem, eu precisava de Londres. Eu precisava daquela velha amiga.

Eu e a Lari e a Tower Bridge, o passado das selfies!

Eu precisava de cafés preguiçosos, das caminhadas no parque, das fotos, das compras, das comidas decentes (e indecentes), de dormir um pouco mais sem a culpa de ser obrigado a “aproveitar” que nos é imposta. De fugir pras livrarias, onde somos compreendidos (e onde podemos sentar), ver musicais legais e lembrar porque eu gosto tanto de música, teatro, cultura em geral, em cada esquina, e valorizar tudo o que eu aprendi e vivenciei.
Poder passar o ano novo em uma casa em Surrey com os pais do namorado da minha melhor amiga, que me fizeram uma casa na casa deles sem nem precisar, só talvez como agradecimento por ser amiga de quem sou, ou por serem simplesmente pessoas especiais, que me deram um pouquinho de felicidade e fizeram do meu ano novo um momento de reafirmação dos meus sonhos e das minhas vontades.
Poder ir e saber que Londres tá logo ali, cheia de pessoas legais e de braços abertos pra quando eu precisar, é minha terapia. Como uma velha amiga que não vemos quase nunca, mas que ao encontrá-la é como se o tempo não tivesse voado, como se fosse ontem.
Só que foi há 6 anos atrás.

Eu e a chummy Deborah



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